Chamemos de verdade o preço que pagamos por insistir em um caminho.
Agora, chamemos de consciência toda a paisagem que interage com a gente nos nossos sonhos enquanto caminhamos nas nossas verdades.
De posse desse pensamento, consideremos "pensamento" como modo de ignorar a realidade do caminho até a verdade.

Ainda conseguimos nos olhar de frente a um espelho?

No meio do caminho eu percebi que eu não podia ficar só no meio e o caminho do meio nem sempre é o caminho que leva a frente. Todo ponto que eu construí em cima de terra pós terra, me levou a um eclipse da luz do meu jardim e minhas flores morreram. Sem Sol, sem lua, os brotos crescem suados a noite e morrem banhados de orvalho pela manhã, meus olhos perdem a cor com eles.
Cada gota de chuva que escorre pela torre me leva ao mundo de fora, pensando em como eu estou molhado de medo por dentro, encharcado de vida, transbordando de desespero. Não um há uma só pragmática aqui, nem um só reflexo: reflito em tudo que pode me cegar; senão tudo que me faz ver. Meus métodos não cabem nos quartos minha sala não aceita o raio que passa pela janela, sem barulho ou cor, pilhas e pilhas de papel entulham os cantos e na cozinha o forno não crepita a deliciosa melodia da manhã. O café não aromatiza os corredores, donde caem os quadros sujos de pudor inescrupuloso e lamacento da falta de coragem de ser o ser. A poeira neblina as lamparinas e ninguém sabe ao certo quando é vulto ou quando é gente, e tem gente que acredita que o final do corredor é só um estreito de pesadelos com incertezas. A noite tudo é dúvida.
Meu enigma é a luz do luar banhando o céu estrelado ou o céu estrelado me dando a luz do luar. Penso no fundo do pensamento se a redundância me acompanharia num palavrear de folhas assobiando ao vento. Vento, brisa ou tufão, tantos nomes para estados de estar e soprar. Traz memórias do mesmo jeito que traria uma música e sempre são gritos agonizantes de uma alma que já se foi e não quer ir, me quer e me puxa. Deixo a verdade me acertar, se me abate é por conta das mentiras que sou, se me leva é por que há um mundo aberto dentro de mim pronto para ser criado e reinventado.
O fogo queima a madeira e enfumaça o espaço, espaço tão cheio de um ego que nada ocupada e de nada se infla. Deixar respirar é o truque das massas, mas massas como a gente não respira, por que não se cresce, sempre se míngua até que reste água suficiente para nos afogarmos dentro de um mundinho tão pequeno e com tantos planetas distantes da realidade crescente de uma supernova estrela que traz super nova novidade de um novo estado de paz: o fim de um lado e o começo de outro.

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